Indicações
Por Dra. Luiza D. Perini
Médica, Especialista em Gastroenterologia
Quais as indicações da Ecoendoscopia nas doenças Pancreáticas?
A Ecoendoscopia é extremamente útil na avaliação, diagnóstico e manejo das doenças pancreáticas:
- Avaliação de lesões pancreáticas
Uma das principais indicações da Ecoendoscopia nas doenças do Pâncreas é para a avaliação de lesões císticas (cistos) e sólidas (nódulos) do pâncreas. Ela permite uma visualização detalhada da morfologia dessas lesões, o que é crucial para determinar a natureza da doença - se é benigna, maligna ou potencialmente maligna.
A categorização precisa das lesões pancreáticas (cistos e nódulos) é muito importante, uma vez que as lesões não neoplásicos (benignas) requerem tratamento apenas se causarem sintomas, ao passo que algumas lesões malignas ou que possuem potencial maligno significativo necessitam de tratamento cirúrgico.
Figura 2. Ilustração dos tipos de cistos de pâncreas.
- Punção Guiada por Ultrassom Endoscópico (FNA)
Um dos grandes benefícios da ecoendoscopia é a capacidade de realizar uma punção aspirativa por agulha fina (FNA). Isso envolve a coleta de material das lesões pancreáticas para análise citológica e de marcadores tumorais, o que auxilia no diagnóstico definitivo das neoplasias císticas do pâncreas.
Figura 3. Imagem do ultrassom endoscópico na avaliação do pâncreas.
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Estadiamento de Câncer Pancreático
A Ecoendoscopia pode auxiliar no estadiamento e na indicação de cirurgia no câncer pancreático. Isso ocorre pois a ecoendoscopia possui a capacidade de verificar a presença de invasão vascular, o que é um critério chave para determinar se um tumor é ressecável ou não. Com base nas informações detalhadas fornecidas pela ecoendoscopia, os médicos podem planejar o tratamento mais adequado do câncer pancreático, seja ele cirúrgico ou paliativo.
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Avaliação na Pancreatite Crônica
Tabela 1. Diagnóstico de Pancreatite crônica por ecoendoscopia baseado nos Critérios de Rosemont.
A ecoendoscopia tem um papel importante no diagnóstico da pancreatite crônica, sobretudo das formas mais leves e iniciais da doença, que não são identificadas pelos métodos de imagem convencionais e para as quais os testes funcionais pancreáticos apresentam uma sensibilidade relativamente baixa.
O diagnóstico de pancreatite crônica através da ecoendoscopia é baseado em alterações do parênquima pancreático e em alterações dos ductos pancreáticos e é definido a partir de critérios chamados Critérios de Rosemont. Segundo os Critérios de Rosemont: os Critérios Major A são os focos hiperecogênicos e/ou cálculos intraductais. O Critério Major B constitui a lobularidade do parênquima.
Os Critérios Minor incluem: cistos, traves hiperecogênicas, dilatações do ducto pancreático principal e/ou dos ductos secundários, irregularidades ductais, spots hiperecogênicos, ducto pancreático principal irregular, lobularidade não contígua, ramos secundários dilatados, áreas hipoecogênicas, parede ductal hiperecogênica.
Pacientes com pancreatite crônica possuem risco aumentado de neoplasia quando comparados à população com pâncreas normal. O diagnóstico diferencial da pancreatite crônica pseudotumoral com a neoplasia pancreática é difícil. Nestes casos, a punção por Ecoendoscopia pode ser usada na diferenciação entre lesões benignas e malignas, com uma acurácia entre 90% e 95%. -
Avaliação da pancreatite aguda
Nos quadros de pancreatite aguda, a ecoendoscopia exerce papel importante no diagnóstico etiológico da pancreatite, principalmente nos casos de pancreatite aguda idiopática, em que não se definiu a etiologia. Estudos mostram que a ecoendoscopia garante elevada acurácia no diagnóstico de microlitíase (pedra na vesícula), pancreatite crônica inicial, tumores pancreáticos e outras causas de pancreatite aguda que foram descartadas ou inconclusivas nos outros métodos de imagem. A principal causa de pancreatite aguda idiopática é a microlitíase da vesícula biliar (litíase < 3mm de diâmetro).
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Ecoendoscopia terapêutica
Além de todas indicações da Ecoendoscopia no diagnostico das doenças pancreáticas, esse procedimento permite realizar tratamentos como drenagens de cistos e coleções pancreáticas, drenagem de necrose na pancreatite aguda complicada, tratamento na dor da pancreatite crônica, entre outros...
A Ecoendoscopia terapêutica tem avançado e vem criando novas opções de tratamento para diversas patologias.
Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the merican Pancreatic Association (APA).
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