Ludvig Gastroenterlogia Especializada

Manifestações Extraintestinais na Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn

Fadiga

Por Dr. Juliano C. Ludvig
Médico, Especialista em Gastroenterologia

Fadiga nos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII):

A fadiga é um sintoma prevalente e debilitante em pacientes com doenças inflamatórias intestinais (DII). Caracteriza-se por uma sensação de cansaço extremo e falta de energia que não é aliviada pelo descanso e pode impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Estudos indicam que entre 40% e 70% dos pacientes com DII experimentam fadiga em algum momento. A prevalência pode ser maior durante os períodos de atividade da doença, mas muitos pacientes também relatam fadiga durante a remissão. Em muitos casos, a fadiga é um sintoma constante, presente mesmo quando outros sintomas da DII são controlados.

A fadiga em DII é multifatorial. A inflamação sistêmica contínua pode contribuir diretamente para a sensação de fadiga. Anemia, comum em pacientes com DII devido à perda de sangue gastrointestinal, má absorção de nutrientes e inflamação crônica, também é uma causa significativa. Distúrbios do sono são frequentes devido à dor abdominal, urgência fecal e outros sintomas intestinais que perturbam o descanso. A desnutrição, resultante da má absorção de nutrientes essenciais como ferro, vitamina B12 e folato, agrava ainda mais a fadiga. Medicamentos utilizados no tratamento da DII, como corticosteróides, podem causar efeitos colaterais que incluem fadiga. Problemas psicológicos, como ansiedade e depressão, comuns em pacientes com DII, estão fortemente associados à fadiga.

O impacto da fadiga na qualidade de vida é significativo. Ela pode limitar a capacidade de realizar atividades diárias, incluindo trabalho, estudos e tarefas domésticas. A fadiga prolongada pode levar a sentimentos de frustração, desamparo e isolamento, exacerbando problemas de saúde mental. A falta de energia também pode afetar a vida social, diminuindo as interações sociais e o apoio emocional.

Para avaliar a fadiga, é essencial uma história clínica detalhada que considere sintomas associados, estado nutricional e psicológico. Exames laboratoriais, como hemograma completo para avaliar anemia e indicadores de inflamação, níveis de ferritina e ferro sérico, níveis de vitamina B12 e folato, e marcadores inflamatórios como PCR e VSG, são importantes para identificar causas subjacentes.

O manejo da fadiga envolve múltiplas abordagens. O tratamento da doença subjacente é fundamental, utilizando medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e biológicos para reduzir a inflamação. A correção de deficiências nutricionais, como a suplementação de ferro e vitaminas, é crucial. Gerenciar distúrbios do sono com práticas de higiene do sono e ajustes de medicação pode melhorar o descanso noturno. Abordagens psicossociais, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e participação em grupos de apoio, ajudam a manejar a ansiedade e a depressão associadas. Intervenções de estilo de vida, incluindo exercício físico moderado e uma dieta balanceada, também são benéficas para melhorar os níveis de energia e o bem-estar geral.

Em resumo, a fadiga em pacientes com DII é um sintoma complexo que requer uma abordagem abrangente para avaliação e manejo. A colaboração entre gastroenterologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais de saúde é essencial para fornecer cuidados integrados e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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