Ludvig Gastroenterlogia Especializada

Colite microscópica

Introdução

Por Dr. Juliano C. Ludvig
Médico, Especialista em Gastroenterologia

O termo genérico colites refere-se a uma inflamação do cólon, que é maior parte do intestino grosso. Existem vários tipos de colites, cada um com causas e características específicas. Aqui estão alguns dos tipos mais comuns:

 

  1. Colite ulcerativa: Uma forma de doença inflamatória intestinal (DII) que causa inflamação e úlceras ao longo do revestimento interno do cólon e do reto.
  2. Doença de Crohn: Outra forma de DII que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, mas frequentemente afeta o cólon.
  3. Colite infecciosa: Causada por bactérias, vírus ou parasitas, essa colite é frequentemente resultado de uma infecção alimentar.
  4. Colite isquêmica: Ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cólon é reduzido, geralmente devido a um bloqueio arterial.
  5. Colite pseudomembranosa: Associada ao uso de antibióticos que alteram a flora normal do cólon, permitindo o crescimento excessivo de Clostridium difficile.
  6. Colite química: Causada pela exposição a certos produtos químicos, como aqueles encontrados em enemas ou supositórios que irritam o revestimento do cólon.
  7. Colite microscópica: Distúrbios inflamatórios do cólon, com anormalidades visíveis apenas sob microscópio (retiradas biópsias), sem inflamação significativa ao exame de colonoscopia. Incluem a colite colagenosa e a colite linfocítica.

  1. Incidência

    A colite microscópica não é tão prevalente quanto outras doenças inflamatórias intestinais, mas sua incidência parece estar aumentando. Estudos mostram que aproximadamente 100 a 200 pessoas em cada 100.000 são afetadas. Essa maior incidência pode ser parcialmente atribuída a uma melhor conscientização e avanços nos métodos de diagnóstico, permitindo identificar casos que anteriormente poderiam ter sido negligenciados.
     
  2. Faixa Etária e Pessoas Afetadas

    A colite microscópica é mais comum em pessoas com mais de 50 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade. Há uma clara predominância feminina, com mulheres sendo diagnosticadas mais frequentemente do que homens. A razão para essa predisposição de gênero não é totalmente compreendida, mas pode estar relacionada a fatores hormonais.

    Embora suas causas exatas não sejam completamente compreendidas, estão associadas a várias situações e condições que podem influenciar sua ocorrência ou exacerbação. Algumas das associações mais notáveis incluem:

    Uso de Medicamentos:

    O uso de certos medicamentos está fortemente associado ao desenvolvimento de colite microscópica, particularmente:

    - Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): Estes podem irritar o revestimento do intestino e alterar sua permeabilidade.
    - Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Usados para reduzir a acidez gástrica, têm sido associados em alguns estudos com um risco aumentado de colite microscópica.
    - Agentes hipolipemiantes (como alguns medicamentos para redução do colesterol): Também foram implicados como fatores de risco.

    Condições Autoimunes:

    Existe uma prevalência aumentada de doenças autoimunes em pacientes com colite microscópica, o que sugere uma possível predisposição imunológica. As condições comuns incluem:

    - Doença celíaca: A inflamação intestinal causada pela reação ao glúten pode ter mecanismos patológicos similares ou coincidentes.
    - Doença da tireoide: Especialmente as condições autoimunes da tireoide como a doença de Hashimoto e a doença de Graves.
    - Artrite reumatoide e Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Outras doenças autoimunes que também podem ter uma coexistência com colite microscópica.
     
  3. Fatores Genéticos

    Embora não tão claramente definidos como em outras doenças inflamatórias intestinais, os fatores genéticos podem desempenhar um papel no desenvolvimento da colite microscópica, dado o aumento da prevalência em certas famílias.
     
  4. Fatores Ambientais e Estilo de Vida

    Alguns estudos sugerem que o tabagismo pode ter uma relação protetora contra a colite microscópica, o que é uma exceção quando comparado a outras doenças inflamatórias intestinais onde o tabagismo é um fator de risco. Além disso, fatores dietéticos, como o consumo excessivo de cafeína ou alimentos ricos em gordura, podem exacerbar os sintomas em algumas pessoas.
     
  5. Alterações Hormonais

    A maior incidência de colite microscópica em mulheres, especialmente durante ou após a menopausa, sugere que as alterações hormonais podem influenciar o risco ou a severidade da doença.

Estes fatores e condições relacionados às colites microscópicas indicam que a etiologia pode ser multifatorial, envolvendo uma combinação de predisposição genética, fatores ambientais, e influências imunológicas e hormonais.

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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